Saturday, October 18, 2014

Valeu a pena... | Blog do Eliomar - O Povo


Em artigo no O POVO deste sábado (18), o médico, antropólogo e professor universitário Antonio Mourão Cavalcante comenta da geração do fim dos anos 1960 e do processo democrático. Confira:


Jogando os braços para o ar, ele parecia querer se libertar. No palco, os clones dos Beatles ensaiavam novas canções. O coração da geração 68 explodia em quase gozo. Como não lembrar-se de todas as letras em Inglês? Como não saber o que eles interpretavam? Aquilo era nossa essência. E, fomos muito felizes!.. Os garotos de Liverpool não se importavam com o ie-ie-iê dos americanos ou os dolentes acordes de Elvis Presley… Sei que a noite foi fabulosa. Uma viagem, sem escalas. Sem drogas!


Agora, vendo a Dilma diante de Aécio, num cara-a-cara pesado e sem tréguas – debates na televisão – entendi que estávamos no caminho certo. Na canção e na política. O resto, Deus nos salva, que Ele é brasileiro!


Seguinte. Acredito que uma geração marca seu tempo, quando convocada, ela não corre com medo, nem se entrega. Resiste. Até com a vida para o direito de aceitar ou de discordar. Fizemos isso. Não apenas os empastelados de Hollywood, mas a dor de uma juventude, em pleno coração do império industrial, sem empregos, sem chances, sem dote. Mas que sabia tocar guitarra e cantar. Tem coisa mais linda do que Let It Be?


A satisfação, se ainda não entenderam é porque os Beatles continuam vivos, eloquentes, empolgando gerações, fazendo-nos chorar emoções e sonhos. Os meninos deram o recado…


E aqui, na mídia, a empolgação de um segundo turno que coloca novamente, face-a-face duas concepções de sociedade. A de “precisamos deixar o bolo crescer, para repartir” versus “o povo unido jamais será vencido”. E, até mesmo, permeando a discussão os argumentos de um moralismo udenista que pensávamos morto.


Fico feliz em ser brasileiro. Muito feliz. Disputamos uma democracia, sem mortes, sem tiros, sem conflagração. Sendo o que surge das urnas o mais soberano. Impositivo. Em qual país do mundo estamos vendo cenário semelhante?


Foi preciso nossa geração, a geração de 68, com contradições, medos e sonhos para legar a esse país a plena democracia. Por isso, domingo próximo, vestirei minha camisa mais bonita e assoviando uma velha e sempre nova canção dos Beatles, assistirei a consagração de que no Brasil construímos um modelo de sociedade, exemplo para o mundo.




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